O ar que respiro, este licor que bebo,
Pertencem ao meu modo de existir,
E eu nunca sei como hei de concluir
As sensações que a meu pesar concebo.
Nem nunca, propriamente reparei,
Se na verdade sinto o que sinto. Eu
Serei tal qual pareço em mim? Serei
Tal qual me julgo verdadeiramente?
Mesmo ante as sensações sou um pouco ateu,
Nem sei bem se sou eu quem em mim sente.
Álvaro de Campos
Quero esquecer todo o mundo,
Quero fugir para bem longe,
Esconder-me no fundo,
Num dilema constante.
Desejo desaparecer
máquinas, destino...
tanto faz...desde que vá!
Nada tenho
Nem tudo quero...
Mas não é essa a questão!
Será que quero e não tenho?
ou Será que não quero, nem tenho?
A busca o dirá.
Não directamente
Mas de forma codificada
Afinal, a magia descobre-se assim!